Preto de Deus, Branco de Diabo
Sobre as cores,
patenteio a
minha ignorância
Não sei
diferenciar o branco do preto
Por quê
racialmente o branco é o santo espírito?
Por quê
racialmente se dorme quando nasce o escuro?
Por quê
racialmente se trabalha quando deseparece o preto puro?
As cores têm o significado
que a gente assaca
Há anos
sepultados o branco tem sido o luto
A brancura amou-me
na escravatura
Fico cego nessa
cor, na bravura
de Martin Luther
King e
Nelson Mandela
Mas noto
nela,
a abundância da
neve
desértica da água
movidiça e leve
Sou macaco de
cor e pensamento,
experimento do
medicamento
para a efermidade
sã criada
com metas de extinguir
a minha existência
Por motivos
da minha pele
negra,
sou aos vossos multicores
olhos,
sinónimo certo e
literal da peste negra,
mesmo que a
doença tenha ovos nos nilhos
da vossa nobre, bem-aventurada
e eminente alvura
Sem comentários:
Enviar um comentário